A história conta que os tropeiros desbravaram o Brasil em busca de seus terrenos férteis. Trabalho duro esse que teve seu auge entre o século XVII e o início do século XX, período durante o qual demarcaram (e deixaram um legado) especialmente em territórios do Sul e Sudeste do país.
Esses homens viajavam por meses e ao longo da jornada precisavam fazer paradas providenciais para comer, alimentar o gado, descansar. Nos borneis, o “equipamento” que carregava esse estoque alimentar, muita farinha, feijão, carne seca, toucinho, linguiça, itens que aguentavam os longos períodos na estrada.
Nessas pausas, eles acabavam plantando algumas coisas como milho e mandioca. Na volta, eles colhiam, reabasteciam o estoque de comida e partiam novamente. Assim, tais acampamentos improvisados acabavam se tornando vilas.
Esses percursos e paragens deixou reflexos intensos que acabaram por desenhar o DNA das cozinhas dos interiores do Paraná, Minas Gerais e São Paulo. É uma comida muito rústica e múltipla, não dá para catalogar e dizer pura e simplesmente que a cozinha tropeira é a mesma em cada uma dessas regiões.
Tudo porque esses homens iam se moldando ao que cada lugar oferecia: se eram muitos pastos no interior de São Paulo, comia-se carne bovina. Já quando eles começavam a entrar no Sul de Minas, apareciam também porcos e galinhas criados nas vilas e alojamentos. Era o que havia por perto, no fundo de casa, na roça. Colher da horta, abater o animal e levar para a panela, fazer um escambo com algo que o vizinho tinha. Esse hábito acabou sendo a raiz desses interiores.
Veja a receita da carne com quiabo e polenta.
Veja a receita do afogado.